quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Somos todos "botões pensantes"

Agir sob um comando. Ou ainda acionar algo para que uma outra coisa funcione. Nada é tão humano e ao mesmo tempo irracional que apertar um botão, criar um botão para apertar, ou ser um botão.

Quando ouvi pela primeira vez: Pensando com meus botões. Achei aquilo individualista do ponto de vista compartilhar idéias. Pois os botões não falam e não discutem as nossas idéias confessadas à elas.
De lá para cá acabei me empregando em Multinacionais, e aprendi e assimilei que tudo é acionado fisicamente ou, filosoficamente falando, através de botões. Na década de 80 quando o Japão estava no auge de impressionar o mundo com sua política de qualidade total, teve um louco que contabilizou a existência de 16100 botões numa linha de montagem da maior multinacional montadora de automóveis e que aquela quantidade de botões poderia ser diminuída para uma automatização e posteriormente para uma robotização.
Passaram se quase três décadas, mas ainda existem botões na nossa vida, para serem acionados para que algo comece a funcionar, inclusive o ser humano...
Alguém duvida que a ordem de um executivo ao seu subordinado seja diferente de um botão de uma máquina?
Reparem, sob a ordem de um chefe as coisas começam a funcionar. Funcionários treinados e capacitados executam as coisas conforme compromissados. Como acontece isso?
Max Gehringer, consagrado comentarista e palestrante, definiu bem o profissional corporativo, é o profissional treinado e extremamente capacitado para ser um sucesso numa multinacional. Este funcionário já aprendeu em sua existência que ao ser solicitado, “acionado”, deverá atuar da melhor forma possível para chegar a um resultado. Isso é exclusivamente humano. Nenhum animal é “ligado” para fazer algo ou tomar uma ação, eles o fazem, porque tudo está em seus genes, ou fazem por pura reação do instinto.
Assim, a nossa dona de casa executa os seus afazeres movida por um outro botão, talvez muito mais importante, a consciência, o dever de cuidar do lar, dos filhos, manter e preservar a espécie humana. Esse botão qualificado como sendo o botão interno e próprio, é um botão instalado internamente, na nossa consciência, que nos impulsiona para atingirmos eternamente o melhor, a obra prima, o lucro, o primeiro lugar.
Todos nós com a nossa capacidade de evolução e criatividade, criamos filosoficamente falando, botões para serem acionados por nós mesmos.
Criar um botão interno é entender e planejar algo que funcione automaticamente, dentro de uma condição, sem que você não tenha que analisar todo o processo, aquilo já está detalhadamente planejado para funcionar ao ser solicitado. Poderá ser uma reação, poderá ser uma preocupação com a família, poderá ser também uma cadeia de atitudes para com o nosso chefe, enfim criamos dispositivos que ao serem alavancados por alguém ou alguma coisa, o resto funciona dentro de nossos critérios, automaticamente, até um resultado. Um cidadão vive, de maneira adequada, em sua sociedade acionando os seus botões, auto-análise, educação, legislação...etc.
O ser humano moderno, cosmopolita, corporativo, já aprendeu e tem consciência que outros seres humanos também são botões pensantes, e que, apertados de maneira criteriosa começam a funcionar.
Repito, são botões pensantes, e como tal temos plena certeza que ao serem acionados não terão somente a reação mecânica de executar algo, mas também o discernimento, bom senso, e critérios para atuarem.
Planejamento é criar um botão. Gerenciar é apertar o botão na hora certa. Criar um botão pensante é treinar um funcionário, ou, para uma mãe é educar o seu filho para o mundo.

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