sábado, 27 de dezembro de 2008

Quando só obrigado não basta


Agradecer é um reconhecimento expresso à alguém que lhe deu algo. No nosso idioma dizemos obrigado. Porém a mesma palavra poderá ser dita com criatividade, para que ele seja enriquecido de sentimentos. Um obrigado mais forte...

Wanderlei Cordeiro de Lima, atleta olímpico brasileiro, corredor da Maratona, ficou famoso nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 quando, após liderar a maratona até cerca do 36º quilômetro, foi atacado e derrubado por um fanático religioso irlandês, o ex-sacerdote Cornelius Horan. Conseguiu levantar-se, ajudado pelos espectadores, retornou a prova e ainda conseguiu ganhar a medalha de bronze.

O Comité Olímpico Internacional, após a prova, agraciou-o com a Medalha Pierre de Coubertin, honra elevadíssima para um atleta, em gratidão ao seu espírito esportivo e humildade. Para nós brasileiros uma eterna gratidão que enche o nosso peito, e que um simples obrigado é muito pouco.

Após o retorno da delegação olímpica brasileira, o jogador brasileiro de vôlei de praia Emanuel, da dupla Ricardo e Emanuel, que também conquistaram medalhas de ouro em Atenas 2004, ao se encontrar publicamente com o Vanderlei em um programa de televisão, deu para ele a sua medalha de ouro de presente. Emanuel um atleta, porém, também um brasileiro, não sabia como agradecer ao maratonista Vanderlei, pela sua grandiosidade de espírito combativo.

O corredor com humildade, agradeceu o presente, mas recusou a medalha emocionado, pois o que vale é o obrigado e não a medalha de seu amigo.

Como pai, sempre tento agradecer aos meus filhos por pequenas coisas ou atitudes no dia a dia.

Em correspondência, os meus filhos também agradecem no modo deles, quando lhes presenteio ou faço algo em seus benefícios.

Dos valores que nós pais tentamos dar aos filhos, sinto que a Educação é o melhor investimento, digo Educação como um todo, composto de Estudo, Moral, Civismo, Relacionamento Familiar e antes de tudo Respeito. E sinto que eles reconhecem e agradecem pelo que tem recebido de seus pais até então.

Neste Natal ganhei um livro como presente, mas que continha em sua dedicatória em forma de mensagem, um agradecimento a tudo que dei aos meus filhos, e também ao meu caçula, o Shunji.

Na contra capa a dedicatória:

"Não há no mundo exagero mais belo que a gratidão”.

Jean de La Bruyère

E algumas linhas abaixo:

Pai

Obrigado

Shunji

Não contive a minha emoção, pois, foi uma forma muito inteligente e criativa de me presentear e dizer obrigado por tudo que lhe fiz.

Covardemente não consegui , por meio de palavras, agradecer-lhe a altura naquele momento.

Mas o faço agora.

Filho

Muito obrigado pelo presente!

Pai

sábado, 20 de dezembro de 2008

Comunicação criativa e impactante

O mesmo assunto poderá ser dito de várias maneiras, porém dependendo da forma, vocabulário, entonação e principalmente da criatividade empregada, produzirá vários efeitos ao ouvinte. O resultado poderá ser empatia, negociação e principalmente obediência.

Com meus 56 anos, já tenho alguns cabelos grisalhos e como estava atrasado, quis encurtar o caminho do estacionamento até a entrada do Evento, e estacionei o meu carro numa vaga para idosos.

Nas proximidades estava um senhor que observava atentamente a manobra com o meu carro, e que com cuidado, tentava encaixá-lo na vaga. Entendi que o senhor era o dono do carro que estaria atrás do meu, e que estivesse temeroso que batesse no seu carro. Então ocorreu o seguinte diálogo:

-Aquele carro atrás do meu é seu? Parece que o senhor estava com medo que batesse no seu carro?
-Não, nada disso, sou funcionário deste estacionamento e vi que o senhor estacionou numa vaga de idosos...
Percebi o crachá pendurado em seu pescoço e senti logo a injustiça que cometi, e respondi.
- Pois é não sou tão velho assim, mas tenho um problema no calcanhar e ...
O funcionário não deixou completar a frase.
- Entendo que o senhor não seja tão velho, mas caso seja deficiente deveria usar o selo de credenciamento para a vaga de deficientes no carro.
Desculpei-me e tentei tirar o carro.
Foi quando o funcionário “quebrou o galho” e complementou
-Não precisa tirar. Deixa quieto. Tem mais vagas pra idosos. Fiquei triste que o senhor com este terno tão bem vestido, e com a sua cultura pudesse fazer uma coisa dessas...
Eu fiquei mais triste ainda. Pois a comunicação feita pelo funcionário, com tanto respeito e sábia observação da situação, tocou profundamente o meu ego. Senti-me um lixo da sociedade, escondendo-me atrás de horários e comentários sem fundamento.
Se o funcionário tivesse gritado, como sempre o fazem:
-Ó tio, aí é pra idoso, sê num tá tão velho assim pô! Simplesmente tiraria o veículo da vaga e não me importaria. Pior ainda, talvez caísse na tentação de fazer a mesma coisa outra vez.
Moral é saber o que é correto, Ética é praticá-lo mesmo que ninguém o vigie, e Legalidade é a placa de aviso daquele estacionamento, explicando sobre a vaga.
Admiro o funcionário que fez uso de seu crachá pendurado em seu pescoço, de maneira tão competente.Um pouco de MEL não faz mal a ninguém, só que MEL neste caso é Moral, Ética e Legalidade, que praticados com criatividade ajudarão a formar melhores cidadãos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Somos todos "botões pensantes"

Agir sob um comando. Ou ainda acionar algo para que uma outra coisa funcione. Nada é tão humano e ao mesmo tempo irracional que apertar um botão, criar um botão para apertar, ou ser um botão.

Quando ouvi pela primeira vez: Pensando com meus botões. Achei aquilo individualista do ponto de vista compartilhar idéias. Pois os botões não falam e não discutem as nossas idéias confessadas à elas.
De lá para cá acabei me empregando em Multinacionais, e aprendi e assimilei que tudo é acionado fisicamente ou, filosoficamente falando, através de botões. Na década de 80 quando o Japão estava no auge de impressionar o mundo com sua política de qualidade total, teve um louco que contabilizou a existência de 16100 botões numa linha de montagem da maior multinacional montadora de automóveis e que aquela quantidade de botões poderia ser diminuída para uma automatização e posteriormente para uma robotização.
Passaram se quase três décadas, mas ainda existem botões na nossa vida, para serem acionados para que algo comece a funcionar, inclusive o ser humano...
Alguém duvida que a ordem de um executivo ao seu subordinado seja diferente de um botão de uma máquina?
Reparem, sob a ordem de um chefe as coisas começam a funcionar. Funcionários treinados e capacitados executam as coisas conforme compromissados. Como acontece isso?
Max Gehringer, consagrado comentarista e palestrante, definiu bem o profissional corporativo, é o profissional treinado e extremamente capacitado para ser um sucesso numa multinacional. Este funcionário já aprendeu em sua existência que ao ser solicitado, “acionado”, deverá atuar da melhor forma possível para chegar a um resultado. Isso é exclusivamente humano. Nenhum animal é “ligado” para fazer algo ou tomar uma ação, eles o fazem, porque tudo está em seus genes, ou fazem por pura reação do instinto.
Assim, a nossa dona de casa executa os seus afazeres movida por um outro botão, talvez muito mais importante, a consciência, o dever de cuidar do lar, dos filhos, manter e preservar a espécie humana. Esse botão qualificado como sendo o botão interno e próprio, é um botão instalado internamente, na nossa consciência, que nos impulsiona para atingirmos eternamente o melhor, a obra prima, o lucro, o primeiro lugar.
Todos nós com a nossa capacidade de evolução e criatividade, criamos filosoficamente falando, botões para serem acionados por nós mesmos.
Criar um botão interno é entender e planejar algo que funcione automaticamente, dentro de uma condição, sem que você não tenha que analisar todo o processo, aquilo já está detalhadamente planejado para funcionar ao ser solicitado. Poderá ser uma reação, poderá ser uma preocupação com a família, poderá ser também uma cadeia de atitudes para com o nosso chefe, enfim criamos dispositivos que ao serem alavancados por alguém ou alguma coisa, o resto funciona dentro de nossos critérios, automaticamente, até um resultado. Um cidadão vive, de maneira adequada, em sua sociedade acionando os seus botões, auto-análise, educação, legislação...etc.
O ser humano moderno, cosmopolita, corporativo, já aprendeu e tem consciência que outros seres humanos também são botões pensantes, e que, apertados de maneira criteriosa começam a funcionar.
Repito, são botões pensantes, e como tal temos plena certeza que ao serem acionados não terão somente a reação mecânica de executar algo, mas também o discernimento, bom senso, e critérios para atuarem.
Planejamento é criar um botão. Gerenciar é apertar o botão na hora certa. Criar um botão pensante é treinar um funcionário, ou, para uma mãe é educar o seu filho para o mundo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Riscando o fósforo

Um pedaço de madeira muito pequeno com um componente químico incrustado em sua extremidade e que ao ser atritado com uma outra superfície produz chama, fogo, calor necessário para criar outros milhares de produtos do cotidiano, vidro, aço, computador, carro, telefones celulares...uma grande prova de criatividade.

De maneira simplificada, alguém achou que uma situação acesa poderia ser representada pelo número um e apagado o zero, ou ainda passar corrente elétrica seria um e sem eletricidade zero, e essa dupla 1, com o 0 (zero) poderia ser combinado para formar inúmeras e outras combinações, foi a descoberta do código binário.

George Boole iniciou e contribuiu muito com o desenvolvimento da matemática binária, possibilitando criarmos soluções que resultaram em inteligências para a criação dos primeiros computadores.

Como utilizar essa solução e inteligência para fazer acontecerem muitos outros sonhos foi a luta de estudiosos como Charles Babbage, que iniciaram as primeiras construções de máquinas de cálculo, a chamada Máquina Analítica

Após um século, o mundo ficou irreconhecivelmente automatizado e movido pela computação e linguagem digital.

Neste ponto, se me permitem, quero falar de três palavras e que a história comprova que o homem sempre tem trilhado sobre elas em direção ao sucesso:

A Descoberta, O Domínio, e O Desenvolvimento.

Se atentarmos pela história da informática, a descoberta aconteceu com a solução binária, o domínio aconteceu com o computador, e com o desenvolvimento que estamos saboreando, poderão abrir-se novas oportunidades para que possamos descobrir outras coisas novas para fazer girar o ciclo de acontecimentos.

Assim, um dia o nosso ancestral ficou horrorizado com a queda de um raio que em seguida destruiu a floresta onde ele vivia. Ele descobriu que aquilo queimava violentamente, mas que se pudesse dominar servia também para aquecê-lo nas noites frias...e mais uma coisa maravilhosa, esquentar e cozinhar uma comida.

Muito tempo depois, outro parente daquele ancestral ao bater um certo tipo de pedra contra o outro, descobriu que produzia o mesmo efeito que aquela coisa que caia do céu e queimava, naquele momento ele achou que poderia fazer fogo, a hora que quisesse. Esse felizardo tinha dominado o fogo. Era o precursor do isqueiro, que muitos não sabem, nasceu antes do palito de fósforo.

Com o fogo dominado, produziu se o vidro, o aço, o carvão, as máquinas, etc.

Uma dessas máquinas funciona justamente com o domínio de uma explosão produzida pelo fogo que ao queimar um combustível, a gasolina, faz mover os nossos carros há um século!

Equacionado da mesma forma, com a descoberta da força de combustíveis, seu domínio e posterior desenvolvimento, levou o homem à lua.

Infelizmente acidentes aconteceram nesta trajetória de sucessos, talvez pela falta de competência no domínio, ou por má compreensão da descoberta, ou ainda um desenvolvimento posterior incompleto.

E as recomendações não poderiam faltar. Uma descoberta deverá ser legítima, documentada, e testemunhada, pois a sua utilização como elemento, para alavancar um benefício, poderá transformar se, posteriormente, em um invento. E, os inventos, no mundo moderno, deverão ser protegidos por patentes, para que o seu proprietário possa ganhar dinheiro em forma de Capital Intelectual.

Aqui surge uma equação modernizada daquela inicial:

Descoberta documentada, Domínio da tecnologia patenteado, e Desenvolvimento do capital intelectual.

Alguém duvida que MC Donald, Automóveis Daimler Chysler, perfumes Yves Saint Laurent, rede de hipermercados Wal-Mart, tem praticado outra equação?

Comer rápido, locomover-se, ter sempre um bom cheiro no corpo, e ter um único local para comprar tudo que se necessita comprar, são algumas das necessidades que originaram só pelo fato de descobrirmos, dominarmos algumas técnicas e desenvolvermos idéias com muito trabalho.

Tenha respeito por essa caixinha de fósforo, que você carrega no bolso, ela encerra uma grande filosofia, os 3 D’s do desenvolvimento humano.DESCOBERTA, DOMÍNIO, e DESENVOLVIMENTO.

Risque o fósforo de sua inteligência para iluminar a sua criatividade e desenvolva um produto ou solução