domingo, 8 de março de 2009

Criar a nossa lente, nossa oportunidade

"UMA ROSA É UMA ROSA É UMA ROSA" a frase é de autoria de Gertrude Stein, 1874, Pensilvânia, EUA,tornou-se um dos versos mais famosos da literatura, fala de muita coisa e ao mesmo tempo só fala de rosas, caso não tivermos uma lente ou criatividade para enxergar outras coisas.

Polêmicas à parte, ter uma interpretação diferente para uma mesma coisa levou muita gente a criar coisas novas a partir de algo que outras pessoas não enxergavam oportunidades. É a tal da lente da nossa visão, ela é construída ao longo de nossa vida, é ela que proporciona toda a nossa maneira de ver, de interpretar as coisas do nosso mundo.

A migração descontrolada, os dekasseguis, os turcos na Europa, os latinos nos EUA, os nordestinos no Brasil, enfim toda movimentação de etnias tem criado um monte de dificuldades de adaptação, em qualquer lugar do mundo.

Para Samuel Klein a coisa tinha outro tom, ele enxergou um grande negócio: vender cobertores a população nordestina de baixa renda, que iniciava a migração para São Paulo.

Em 1952, quando Samuel chegou ao Brasil, Juscelino Kubitschek tinha autorizado as automobilísticas multinacionais a instalarem em São Paulo suas montadoras e, para isso, precisavam de mão de obra. Como essa mão de obra veio do Norte e Nordeste do país - conhecidas pelo clima muito quente – teriam muitas dificuldades para enfrentar a terra da garoa e suas baixas temperaturas..Em São Caetano do Sul São Paulo, iniciou a sua vida de comerciante com grande sucesso.

Surgiu porém um outro desafio, os humildes imigrantes e consumidores classe C, não tinham dinheiro.

Qualquer comerciante não venderia para quem não tivesse dinheiro. Samuel começou a oferecer uma grande facilidade: quando alguém dizia que não tinha condições de pagar, Klein oferecia algumas facilidades: deixava levar o produto e pagar em prestações, tudo no crediário.

Outro exemplo de ver oportunidades onde as pessoas não dão importância.

Ele enxergou que as pessoas tinham de renovar seus títulos de eleitor, resolveu vender capinhas de plástico que servissem para guardar os documentos, nessa pequena oportunidade a matemática financeira funcionava da seguinte forma; custavam 3 cruzeiros cada capinha, e podia revender-las por 5. Foi o grande início, passou a vender canetas e outras bugigangas.

Silvio Santos, aos 18 anos, já era um dos camelôs mais famosos do centro do Rio de Janeiro. Ganhava três salários mínimos por dia, porém sua visão não parou por aí. Numa das viagens na barca de travessia Rio Niterói, ele percebeu que poderia explorar comercialmente o tédio das pessoas que viajavam nas barcas entre o Rio e Niterói. Convenceu, então, os administradores do transporte a deixá-lo tocar um serviço de alto-falantes em uma das barcas. Silvio Santos colocava no ar músicas durante a travessia da barca e, nos intervalos, veiculava anúncios onde praticava venda de produtos com oportunidades de bons preços, com isso ele não tinha consciência mas fundava a primeira propaganda radiofônica do Brasil, usando a mídia popular .

Exemplos não faltam, o importante de toda essa história é criarmos a nossa lente.

Como ela deverá ser? Composta de otimismo, ou seja, onde todos enxergam desgraça, devemos ver oportunidades? Ou a nossa lente deverá ser uma soma de oportunidades, onde todos enxergam 10 devemos criar 100? Ou ainda, devemos considerar que todos os amigos são nossas fontes de renda? Enfim o resultado das coisas depende da nossa maneira de enxergar, da eficiência de nossa lente.

Uma rosa era uma rosa, uma rosa poderá ser amor, uma rosa foi um negócio de US$ 4,1 milhões de receita do estado de Ceará, em 2006, uma rosa é cor, tudo depende de nossa lente e criatividade.

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