domingo, 24 de maio de 2009

...ela nos ensinou...


Sempre escolhemos alguma alma iluminada para serem os nossos gurus durante a nossa vida. São seres que nasceram para transmitir e dar mensagens que serão nossas guias ou caminhos iluminados para trilharmos sem erro e com segurança.

Somos criativos por natureza, e graças ao gene da evolução que carregamos, aprendemos e evoluímos. Ao longo de nossas vidas, tivemos a nossa professora do primário, no primeiro ciclo, nossas avós, nossos colegas da faculdade, colegas de serviço, enfim, sempre temos alguém superior que nos orienta ou alguém em quem nos inspirar para sermos melhores. São seres e criaturas que por alguma razão veio ao mundo para aparecer e participar de nossas vidas, ensinando as primeiras letras do alfabeto, ou para interferir em nossas brincadeiras infantis para nos dizer o que é perigoso, ajudar em nossos trabalhos escolares, dar uma orientação profissional.

Porém num dia do mês de maio, apareceu em nossas vidas um ser iluminado que durante o seu convívio diário, preencheu as nossas vidas com intervenções, quando algo estava errado, com pedidos quando a gente não lhe correspondia ao nível, com gestos bondosos quando algo lhe satisfazia.

Preencheu o nosso vazio quando estávamos solitários, porém já deixamo-la sozinha várias vezes, e ela soube mostrar coragem e liderança para dizer-nos que era possível sozinha se dedicar a guardar as nossas coisinhas importantes.

Essa criatura tem sido rigorosamente disciplinada, e disciplina foi uma coisa que aprendemos dela, nunca trair um amigo, ser fiel, e ajudá-lo sempre que possível, nunca faltando lhe um gesto carinhoso.

Tem sido extremamente comunicativa, e comunicação é uma coisa que aprendemos dela, ela nos transmitia e nos ensinou a sermos felizes com coisas simples, mas que tinha muito valor em nossas vidas, o ato de brincar.

Brincar é um ato que ela nos ensinou ser importante, e que se pensarmos, é a essência e o primeiro passo para sermos felizes.

Uma simples bolinha poderia ser a ferramenta para desencadear esses momentos de felicidade

Brincar, rir, conviver, participar sem almejar ganhos e medalhas. Enfim sermos amigos e humanos em nossos instantes de tempo livre.

Valores, ela nos mostrou que custava pouco para atingir certos objetivos, bastava um olhar, um gesto amigo, para conquistar o que era necessário para sobreviver, um prato de comida.

Sempre foi persistente, ensinou-nos que a persistência de um simples gesto, rodeando nos e olhando nos nossos olhos já é o bastante para conseguir o que era necessário.

Era possível também retribuirmos todas as coisas boas que ela nos oferecia, pois sentava ao nosso lado proporcionando-nos a chance de dar-lhe horas de afago que era a moeda de troca de sua benevolência.

Uma pessoa desconhecida, um possível inimigo, não tinha chance de entrar em nossas vidas, pois, a sua pronta intervenção não permitia essa invasão.

A vida cotidiana era equilibrada com a sua participação, demonstrando-nos sempre que hora de dormir era sagrada, que comer na hora certa era imprescindível para a saúde.

Fazia questão de sentar se a nossa mesa nas refeições, pura demonstração de que fazia parte de nossa família, ensinando-nos que marcar presença é um dos requisitos para se conquistar respeito e consideração.

Assim foram 5 anos de convívio e ensinamentos, através de um simples abano de rabo e muitos au-au’s ela soube conquistar a nossa família, unir-nos, mostrar a todos o que queria, o que era necessário e o que era importante.

Sua natureza não lhe permitia uma comunicação com palavras, mas tudo era transmitido e tudo a gente entendia e atendia.

Infelizmente sua última comunicação sobre o seu estado de saúde não soubemos entender. Tentamos o que era possível dentro de nossa "incompetência" humana e racional, que supomos ser inteligentes, mas que muitas vezes não somos.

Um outro Ser superior lhe tirou a sua missão aqui na terra, mas prometemos, lhe retribuir em nossas vidas e praticar tudo que ela nos ensinou.

O que o homem criou podemos consertar, mas o que Ele criou, nem sempre temos capacidade de consertar.

Assim ela se foi...

Será sem sombra de dúvida a nossa guruzinha, Ginger, que, com muita competência e sabedoria ...ela nos ensinou...

sábado, 2 de maio de 2009

Não porque choveu, não porque faltou chuva...


A chuva tem sido a culpa e a desculpa para muita gente, mas como o ser humano costuma não aceitar as coisas, com criatividade dominou a natureza, e educou-se a transpor as dificuldades.

1 - A chuva não foi desculpa

Para um cidadão normal na chuva, o guarda chuva é a solução, mas aquela situação não poderia ser resolvida com um simples guarda chuva.

A chuva já caía sobre o circuito de Interlagos, tornando a pilotagem quase impossível para os que estavam disputando o GP do Brasil. Foi quando Senna, que já havia perdido a terceira e a quinta marchas, ficou também sem a quarta.

Com o câmbio travado na sexta marcha, ele percorreu as últimas sete voltas com cuidado e resolvendo com muita criatividade e destreza cada problema que surgia nas curvas escorregadias devido a chuva que caia, um imenso esforço para manter o carro na pista e não perder tempo em relação a Patrese, que vinha descontando freneticamente a diferença para o líder. Repetindo, debaixo de muita chuva Airton conduzia o seu bólido de maneira heróica.

Só que, naquele dia, um piloto excepcional estava correndo nas pistas de Interlagos, o Ayrton Senna, herói e símbolo de luta dos brasileiros. Levou o carro até o fim da prova, cruzando a linha de chegada menos de três segundos à frente da Williams de Patrese.

Só se ouvia uma palavra em todo o circuito Ayrton! Ayrton! E somente uma cena enchia os olhos de todos os brasileiros presentes naquele episódio, um homem como qualquer ser humano conseguiu contra toda adversidade da natureza, pilotar na chuva mostrando toda destreza e criatividade no volante e chegar em primeiro lugar.

Interlagos foi ao delírio, com o público invadindo a pista e cantando o nome do piloto sem parar. Esgotado, o brasileiro deixou o motor Honda apagar na volta de desaceleração, e foi atendido ainda na pista. No pódio, subiu no degrau mais alto segurando uma bandeira brasileira, e superou a dor para levantar o troféu. O primeiro e inesquecível troféu de vencedor do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1.

Chuva para Ayrton não era desculpa.

2 - A falta de chuva não foi empecilho

Dentre as muitas dificuldades apresentadas pela Região Nordeste o que mais se destaca é a seca, causada pela escassez de chuvas, proporcionando pobreza e fome.

Situação repetida ao longo de vários anos sem solução criativa.

Não sendo especialista no assunto, pouco tenho a contribuir, porém, acho interessante algumas soluções que se tornaram sucesso no mundo, mas nunca foram adotadas no Nordeste.

Uma cidade que nasceu em um deserto é a que mais cresce nos USA. Em 1954 Las Vegas era apenas um deserto. É um exemplo de como transformar uma localidade deserta, seca e sem capacidade de produzir nada, em um pólo turístico lucrativo que gera emprego e renda para milhares de pessoas. Até 1829 era uma área ocupada pelos índios Paiute. Foi redescoberta pelo explorador mexicano Rafael Rivera. Até 1905 Las Vegas era simplesmente uma parada de trem, nada mais. Hoje Las Vegas recebe 30 milhões de pessoas por ano, todos gozam de prosperidade, porém, em 1906 o número de habitantes de Las Vegas era de 30 pessoas. Que não se conformaram que a falta de chuva atravancasse o desenvolvimento...